Por Anna Terra*
Ao longo da história, as mulheres foram sistematicamente excluídas da ciência. A gente pode remontar isso desde quando as mulheres não poderiam sequer serem alfabetizadas, até quando mesmo já inseridas nos campos do conhecimento suas descobertas foram invisibilizadas, seus nomes apagados e, muitas vezes, precisaram trabalhar anonimamente ou sob pseudônimos masculinos para terem seus estudos levadas a sério. Esse ciclo de apagamento criou um cenário onde a ciência foi construída predominantemente a partir de uma perspectiva masculina, reforçando desigualdades e limitando a diversidade de pensamento e inovação.
A falta de mulheres na ciência não é apenas uma questão de representatividade, mas um problema estrutural que afeta o desenvolvimento do conhecimento. Quando mulheres são excluídas das pesquisas e dos espaços acadêmicos, seus olhares sobre o mundo, suas perguntas, vivências, experiências e hipóteses, também são deixadas de lado. Isso faz com que o mundo produza uma ciência incompleta, onde as questões enfrentadas por mais da metade da população sejam tratadas como secundárias ou simplesmente ignoradas.
Ciência incompleta também porque em geral também ignora a presença de mulheres negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, extrativistas e tantas outras que sabemos que tem, só aqui no Brasil, para citar de exemplo, ainda menos acesso às universidades e aos diversos campos de pesquisa, mas que estão em seus lugares e territórios com muito conhecimento acumulado e que pode e deve ser valorizado e também ocupar espaços da academia e produzir ciência nela.

A comunicação e a divulgação científica têm um papel fundamental na mudança desse cenário. Ao dar visibilidade ao trabalho das cientistas e ao questionar estereótipos de gênero na produção do conhecimento, fortalecemos a percepção de que a ciência não pode continuar sendo um espaço excludente. A democratização da ciência passa pelo acesso à informação de qualidade e pela diversificação das vozes que contam essas histórias. Se a comunicação constrói narrativas, então a forma como falamos sobre ciência pode ajudar a abrir portas para novas gerações de meninas e mulheres que desejam seguir essa carreira.
Na Angola Comunicação, nós acreditamos que contar histórias é uma forma de produzir a transformação social. E para aprofundar mais essa reflexão, trouxemos indicações de conteúdos em diferentes formatos para a gente seguir dialogando sobre a presença das mulheres na ciência. E vamos de indicação!
Alimentar nosso cérebro é sobre aprender a desacelerar e fazer as pazes com o tempo para fazer escolhas mais inteligentes pelo nosso bem-estar. Neste episódio do Bom dia, Obvious, Marcela Ceribelli conversa com a médica e neurocientista Natália Mota sobre sono, redes sociais, bem-estar, hábitos, saúde mental e rotina. | |
O documentário Mercury 13 - O espaço delas destaca a história de treze mulheres que, passaram por rigorosos testes para se tornarem astronautas, mas foram impedidas de participar das missões espaciais devido ao preconceito de gênero. | ![]() |
![]() | Recheado de ilustrações encantadoras, As cientistas destaca as contribuições de cinquenta mulheres notáveis para os campos da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática, desde o mundo antigo até o contemporâneo, além de trazer infográficos sobre equipamentos de laboratório, taxas de mulheres que trabalham atualmente em campos da ciência e um glossário científico ilustrado. |
A série Ada Batista, Cientista acompanha as aventuras da jovem Ada Batista, uma pequena cientista com uma curiosidade gigantesca que aspira a descobrir a verdade sobre absolutamente tudo. | ![]() |
![]() | No auge da corrida espacial travada entre Estados Unidos e Rússia durante a Guerra Fria, e da segregação racial estadunidense, Estrelas Além do Tempo com a história de como uma equipe de mulheres negras, cientistas da NASA, liderou uma das maiores operações tecnológicas registradas na história americana, se tornando as verdadeiras heroínas da nação. |
Tem outras indicações sobre o tema? Compartilha com a gente! Vamos adorar conhecer mais histórias sobre meninas e mulheres na ciência.
*Anna Terra é publicitária, pós-graduada em filosofia, se especializou nas áreas de planejamento estratégico de comunicação, produção de conteúdo e gerenciamento de projetos, e atua como coordenadora de comunicação na Angola Comunicação.
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