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Pequenas revoluções cotidianas com a inteligência artificial

Foto do escritor: Angola ComunicaçãoAngola Comunicação

Por Anna Terra*


A gente já falou aqui outras vezes sobre o uso da inteligência artificial, principalmente no campo profissional. Mas vou compartilhar pessoalmente como a IA tem feito parte da minha vida de uns meses pra cá. Não estou falando de grandes aplicações tecnológicas ou das previsões futuristas que vemos por aí, mas de como essa ferramenta se tornou uma aliada inesperada para otimizar pequenas tarefas, resolver dúvidas e até me salvar de possíveis ciladas.


Por exemplo, eu comprei uma garrafa térmica recentemente e percebi que haviam algumas instruções em chinês na embalagem. Curiosa (e cautelosa), tirei uma foto e joguei no ChatGPT. Em segundos, descobri que não poderia esquentar aquela tampa. Da próxima vez eu tenho que lembrar de fazer isso antes de colocar ela na máquina de lavar louça que usa água quente... Porque a inteligência artificial não faz milagre quando a distração humana toma conta, né?


Também aconteceu quando eu vi uma planta na rua e fiquei curiosa para saber o que eram aqueles caroços que pareciam azeitonas: uma foto, uma busca rápida e descobri que era neem (nim), uma árvore que também tem propriedades medicinais, muito comum em Recife e tantas cidades, e que eu nunca tinha notado antes.


Foto do é de Neem que usei para identificação no ChatGPT. Dá pra ver que a foto nem precisa ter tanta qualidade assim...


Esses usos casuais foram só o começo. Logo, me vi pedindo ajuda para montar roteiros de viagem, buscar sugestões de receitas com os ingredientes que tinha na geladeira, revisar ortograficamente textos e até ajustar o tom de mensagens para evitar mal-entendidos.


Durante as férias, a IA foi minha parceira fiel nos treinos funcionais. A professora passou uma sequência de exercícios para a turma, mas eu estava treinando em uma casa de praia, sem os equipamentos ideais. Com algumas adaptações sugeridas pelo ChatGPT, consegui manter o treino sem comprometer os grupos musculares trabalhados. Parece simples, mas foi essencial para manter a rotina de exercícios sem improvisos desajeitados.


Também comecei a usar a IA para planejamento financeiro e, mais recentemente, para organizar a tabela de blocos e prévias de Carnaval em Recife e Olinda. A cada novo uso, eu percebo que vai se tornando um pouco mais natural recorrer a essa ferramenta que antes era uma desconnhecida para mim. É uma mudança rápida e consistente, e me surpreende o quanto isso já se tornou parte da minha rotina.


Mas, não estou aqui para romantizar sem questionar. Também precisamos lembrar que a IA erra – e erra feio às vezes. Por exemplo, eu pedi indicações de veículos de mídia dentro de um perfil específico e, das mais de dez sugestões que recebi, com elaboradas defesas e explicações, apenas uma existia de verdade. Então precisamos ficar em alerta e checar tudo, sempre. Conferir fontes, validar informações e não tomar qualquer resposta como verdade absoluta são cuidados essenciais no uso da IA no dia a dia.


Isso ficou bem evidente no teste recente feito pela Folha de São Paulo, que colocou diferentes chatbots para executar tarefas do cotidiano e comparou seus desempenhos. O resultado mostrou as limitações e vieses que não podem ser ignorados. Tem chatbot que não responde nada sobre política, por exemplo. É muito importante estarmos atentas a isso. O podcast Café da Manhã fez um episódio sobre isso e vale a pena conferir.

Imagem gerada por IA a partir e prompts simples para comparaçõa da Revolução Industrial com a Revolução da IA, ambas centradas na exploração humana.
Imagem gerada por IA a partir e prompts simples para comparaçõa da Revolução Industrial com a Revolução da IA, ambas centradas na exploração humana.

Não dá para romantizar essa tecnologia como a solução para todos os problemas – porque não é. Mas também não dá para negar que ela veio para ficar. E, quando aprendemos a integrá-la ao nosso dia a dia, conseguimos entender melhor seus limites e explorar o que realmente funciona para a gente. Precisamos entender para lutar por regulação, direitos e transformações sociais positivas.


Agora, quero saber: como você tem usado a inteligência artificial no seu cotidiano? Quais foram as soluções mais inesperadas que ela te trouxe? Porque se tem algo que aprendi nos últimos meses é que a IA não está apenas no trabalho, mas transborda para outras áreas da vida – inclusive me ajudou a escrever esta edição da Fuá.


*Anna Terra é publicitária, pós-graduada em filosofia, se especializou nas áreas de planejamento estratégico de comunicação, produção de conteúdo e gerenciamento de projetos, e atua como coordenadora de comunicação na Angola Comunicação.

 
 
 

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