Como medimos o impacto do nosso trabalho?
- Angola Comunicação

- 26 de set.
- 3 min de leitura
por Catarina de Angola*
Na Angola Comunicação, temos alargado cada vez mais o nosso olhar para o impacto do que construímos. Não apenas o impacto que pode ser traduzido em números ou metas, mas aquele que deixa marcas nas trajetórias das pessoas, que fortalece organizações e amplia o alcance de causas coletivas.
Nosso trabalho nasce e se sustenta em diversos territórios brasileiros, que conhecemos com os pés no chão e ouvidos atentos, mas sabemos e temos a certeza que ainda há muito o que aprender, afinal, esse Brasil é grande e plural. Ao mesmo tempo que carregamos com a gente o compromisso de escutar, de compreender os contextos e de atuar com respeito e de construir comunicação e relações com profundidade.

Aqui, o impacto é também a mobilização que provocamos, a potência que ajudamos a impulsionar e o quanto contribuímos para que mais vozes ecoem. Medimos o impacto na troca de saberes, na circulação de ideias, na democratização da informação. Porque acreditamos que a comunicação é um direito e deve estar acessível a todas as pessoas, além de ser pilar em processos de desenvolvimento institucional.

Vivemos num tempo acelerado, com aquela sensação de que estamos sempre correndo contra o relógio. Na comunicação mais ainda, você lembra por aí como fazia a comunicação da sua organização há cinco anos atrás? No meio de uma pandemia, se reinventando, não era?
Mas parar para olhar com cuidado para os nossos objetivos, para planejar e avaliar o caminho que estamos trilhando, é essencial que a gente olhe para o que estamos construindo, ele nos dará respostas se estamos alcançando o que desenhamos. Medir impacto é também uma forma de cuidado com o presente e com o futuro.
É também por isso que trabalhamos junto de outras iniciativas que compartilham valores com a gente, como a Painá Catalisadora de Impacto. E é também por isso que estamos em movimento para ampliar essa conversa com mais gente, em outros cantos do mundo.

Daqui a exatamente um mês, vamos pisar, enquanto Angola Comunicação, em outro continente. Queremos conhecer outras formas de ver e fazer impacto, trocar experiências, abrir caminhos e aprender com quem também constrói futuro a partir da comunicação e dos territórios.
Seguimos em movimento. Porque impacto, pra gente, é sobre transformação compartilhada. E aqui deixamos algumas sugestões para você e sua organização.
5 formas de medir impacto em ações de mobilização:
Escute e registre as transformações nos territóriosO impacto se revela nas mudanças concretas que as ações provocam no dia a dia, então ouvir atentamente, registrar depoimentos e perceber transformações é parte essencial de um processo de sistematização.
Avalie o fortalecimento das organizações e liderançasMedir impacto é também olhar para como as ações contribuem no fortalecimento de organizações e lideranças. Isso pode ser observado na ampliação das capacidades de mobilização, de articulação política e de sustentabilidade.
Acompanhe o alcance das vozes dos territóriosVerifique se as vozes que historicamente foram silenciadas estão ganhando espaço, sendo ouvidas e influenciando outras realidades. O impacto da comunicação está no quanto ela permite que diferentes visões de mundo circulem e inspirem ações coletivas.
Observe os vínculos e as alianças que se constroemO impacto social se amplia quando conexões verdadeiras são criadas entre pessoas, grupos e causas. Mapear e valorizar as alianças e redes formadas durante o processo é um importante indicador de impacto.
Monitore com intencionalidade, sem perder o sentido da açãoÉ possível e necessário acompanhar indicadores e metas, mas sempre mantendo o foco no sentido maior da mobilização: a defesa de direitos, a justiça social e a dignidade. Avaliar é também um ato político e deve estar conectado à missão da organização.
*Catarina de Angola é mãe, jornalista e consultora em comunicação. Fundadora e diretora executiva da Angola Comunicação.







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