Sobre reorganizar rotas e viver, porque o trabalho faz parte da vida
- Angola Comunicação
- há 4 dias
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por Catarina de Angola*
Há cerca de um mês, compartilhamos aqui na FUÁ que estaríamos presentes em dois eventos que consideramos importantes para o nosso trabalho: o Web Summit Rio e o Congresso do GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas. Mas não conseguimos ir ao Rio de Janeiro e, com isso, não comparecemos ao primeiro evento.
É que a gente planeja, mas a vida é dinâmica (ainda bem!) e, às vezes, toma rumos inesperados. Tenho vivido um momento pessoal que vai marcar minha vida para sempre, e isso me deixou indisponível, não só para o Web Summit, mas para quase tudo que me cercou na última semana de abril e nas semanas seguintes.
Trago isso aqui porque acredito que não dá para simplesmente ignorar algo que havíamos prometido compartilhar. Sempre digo que a vida é uma só. Para mim, não existe uma “vida pessoal” e uma “vida profissional” separadas, existe uma única vivência neste mundo, com diferentes áreas, mas com uma só vida.
Diante disso, o que fazer?
Sou responsável pela gestão de uma empresa e de uma equipe. Temos compromissos com clientes, entregas e agendas já marcadas. Mas este texto não é mais um daqueles do LinkedIn, com lições sobre como transformei um momento difícil em aprendizado profissional. Não é isso.
Acredito que todas as trabalhadoras, eu, você, nós, temos o direito de viver nossas dores, pausas e recomeços com tranquilidade e dignidade, sem precisar transformar cada experiência em uma lição vendável, em uma narrativa de autoridade para conquistar novos contratos. Que a gente não se esqueça disso!

Mas também preciso dizer: o que me garantiu, e continua garantindo, que o trabalho não se tornasse ainda mais desafiador nesse momento de fragilidade e luto foi a equipe com quem caminho. Especialmente seu acolhimento e carinho e, ao mesmo tempo, o comprometimento. E, com certeza, o nosso alinhamento interno, sustentado por práticas que já compartilhamos aqui: planejamento, acesso às informações, ferramentas de trabalho, monitoramento coletivo das atividades, nossas reuniões semanais e diárias, os e-mails, a escuta atenta.
E, acima de tudo, o entendimento coletivo do nosso propósito como uma iniciativa de comunicação a serviço da garantia de direitos.
Torço para que você, na sua organização, com a sua equipe, também construa ou integre caminhos que acolham você como eu tendo sido acolhida. Caminhos que deem segurança para continuar, e que você também possa ser esse porto seguro para outras pessoas. Que as entregas e os projetos sigam, sim, mas com fluxos que permitam que a vida aconteça.
Deixo aqui meu abraço, agradecimento e carinho especial à Anna, Gabi e Carol, com quem compartilho o dia a dia na Angola Comunicação. Que eu também saiba ser a acolhida para elas!
*Catarina de Angola é mãe, jornalista, idealizadora e diretora executiva da Angola Comunicação.
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